“Na vida tudo é passageiro , menos o motorista e o trocador”
Aliás tem uma outra coisa que não é passageiro. Uma coisa que ninguém tira. Uma coisa que a gente nasce sem mas morre com. Essa coisa fantástica que nos leva a Lua e à Marte, que nos permite encarar os grandes desafios como o de abrir uma lata de sardinha, de enfiar a chave certa no braco da fechadura. Essa coisa que faz a gente dar o sangue pra passar pros filhos e que nunca tem fim. Essa coisa é simplesmente a aventura do saber. SABER! SABER!
Saber falar línguas, saber cantar músicas, saber batucar, saber olhar a vida do ponto de vista do horizonte, saber fritar um ovo, saber plantar bananeiras, saber dar cambalhotas.
Todo dia a gente pratica inconscientemente o que já sabe. Como por exemplo dirigir um carro e se irrita profundamente com as coisas que a gente ainda não aprendeu, como por exemplo botar um carro numa vaga apertada.
Quando a gente não sabe, nosso experiente raciocínio foi treinado pra nos chamar de toupeiras ou pra dizer que já não dar mais tempo pra aprender.
Mas o que mudou da época que a gente tinha a curiosidade de uma criança pra fase que a gente tem a impaciência de um adulto catequizado?
Na verdade nada mudou. Ou melhor, mudou nossa esportiva. Trocamos aquela disposição pra levantar de um tombo atrás do cachorro, aquela pró-atividade de ralar os joelhos e se concentrar no Chicabom. Aquela pressa de querer conhecer o segredo e o mecanismos das coisas. Enfim, trocamos todo aquele interesse incondicional do conhecimento, da novidade por uma ideia mané de que já sabemos o essencial pra pagar nossas contas. O importante é sobreviver!
Pois é, e a gente aprendeu a pagar as contas. A gente aprendeu a apagar aquele pequeno incêndio do cotidiano. A gente aprendeu a pagar as contas que paga. A gente aprendeu a administar os nossos insucessos. E aprendemos, sobretudo, a refinar nossas mirabolantes reclamações em torno do desconhecido.
E dizemos: aprender é um saco. Treinar qualquer atividade é penoso. E o conhecimento, além da apurrinhação do tempo perdido, só nos traz um inútil diploma.
Afinal das contas, toda queixa tem um mesmo endereço e todo mundo reclama da falta de dinheiro. Mas são poucos e raros que reclamam da falta de conhecimento.
Pois eu tenho algo a lhes confessar. Madonna , proprietária de uma das maiores fortunas dos EUA, além de conhecer os mais íntimos detalhes das notas que canta, quer ainda aprender como encantar as crianças escrevendo um livro infantil. Ronaldinho, aquele cara lindo em campo, quer aprender como chamar a a atenção das mulheres fora do gramado.
Vou te confessar outra coisa: A vida não está aí pra ser suportada nem vivida, mas pra ser conhecida. E onde tem conhecimento, possivelmente, haverá ousadia e conquistas porque pra conquistar é preciso conhecer antes. Isso não é passageiro, nem motorista e muito menos trocado.
CONHECIMENTO!